sábado, 26 de setembro de 2009

(A coluna quebrada- Frida Kahlo...by Srº Poulain)



Um palmo abaixo da goela, entre um mamilo e outro, dói o chakra da minha discórdia.

Onde deveriam entrar todos os bons sentimentos, transbordam o excesso de mim que não cabe mais no peito. E, assim, vai tecendo um buraco suficientemente grande para minha ausência de querer. Ausência que corrói meus nervos, faz doer meus músculos, fermentados de tanto lutar para não ficarem parados, dói a cabeça que é o pré, inter, entre, pós texto pra prolongar o sono, dói os olhos, a nuca, o cabelo e o sexo, dói porque lhe falta algo mais prazeroso com que brincar além da
dor.

Assassinaram meus fonemas para que até minha garganta ficasse sem ter com o que brincar, e calasse o grito que quer cada vez mais alto e é cada vez mais mudo.

E nesse excesso de verso e carência de prosa, a carta que encerra o jogo é tão desconhecida quanto a palavra que declara o fim.

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