domingo, 4 de outubro de 2009

Eu?

"Me assusta e acalma
ser portadora de várias almas
de um só som comum eco
ser reverberante
espelho, semelhante"


(Elisa Lucinda-O poema do semelhante)


Eu?
Eu, também carrego água na peneira.
Apetece-me brincar de palavrear e querer bem.
Tenho muitos amigos
Eles querem meu colo,
meu choro
minhas não palavras.
As vezes devagarzinho
As vezes quase parando.
Sou mais intuitiva que concreta
Não sou de concreto,
Cimento
Tijolo
Brita
Nada disso me compete.
A não ser na raiva
Quando mais em menina me transformo.



Preciso de gente.
Já desisti da auto-suficiência faz tempo,
E essa foi à roupa de mulher que melhor me coube.
Perco horas de estudo lendo poesia.
Assisto finais de novela.
Inícios e meios.
Nasci beirando os anos noventa,
Mas meu coração...Ah!
Esse não se acostuma com a pós-modernidade.
Ficar,
comer,
sumir
não aprendi certas conjugações.
Mas o que eu não sei
invento, re-invento.
O que tenho de bom
não é meu,não se engane!
Roubei de uma senhorinha bordadeira de sonhos
que cerziu com dedal
agulha
e linha
todos os caminhos por onde meu sangue iria passar.



E eu.


Eu?
Ora de sapatilha no pé
Ora de colar no pescoço
Unhas meio vermelhas
Meio sem cor
Vou tecendo o fuxico
De quem não muito pretende ser
À quem já apetece
Ser o que é.

Eu?

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